Como medir a Temperatura e obter Amostras da Água do Oceano em 4000 metros de profundidade?
A
primeira pergunta não pode ser respondida até 1872 , século
XIX, há cerca de cento e trinta anos atrás, quando ocorreu
a primeira circunnavegação científica dos oceanos,
feita pelo Navio Britânico H.M.S. Challenger ( http://aquarium.ucsd.edu/challenger/science.cfm).
Nesse endereço pode ser visto como eram utilizados os “termômetros
de reversão”, que, ao virar, quebram a coluna de mercúrio,
permitindo que se saiba, não só a temperatura na profundidade
de 4000m, mas também a fixação da profundidade em
que ocorreu a reversão.
A
outra questão, a de como obter amostras da água oceânica
em 4000 metros de profundidade, para se ter uma porção de
água dessa profundidade e analisá-la quanto ao seu conteúdo
sedimentológico, biológico e químico, começou
a ser respondida no início do século XX por Fridtjof Nansen
em 1910, cujo nome está associado não só, às
agora mundialmente conhecidas Garrafas de Nansen, Fig 1, mas também
ao primeiro prêmio Nobel, jamais concedido a um Cientista
dos Oceanos (Nansen).
Antes
do H.M.S. Challenger, houvera a viagem do Navio , também Britânico,
em
1831, o H.M.S.
Beagle, conduzindo à bordo o
Naturalista Charles Darwin , que estabeleceu a, hoje em dia amplamente
aceita, Teoria da Evolução das Espécies –
Inclusive a espécie Humana –, muito embora hajam os que
ainda discordem dela.
Na
Universidade, esse entendimento, como se inferiu a posteriori, é
o de que a “Vida” no Planeta brotou nos Oceanos há
2,5 bilhões de anos e nele as espécies evoluíram até
as terras emersas. Como se deu todo o processo?..., não se sabe...,
e esse é o grande segredo a desvendar .
A
Ciência dos Oceanos é, portanto, recente e tem o seu lugar
entre as Ciências já estabelecidas (Matemática,Física,
Química, etc), cristalinamente entremeado com o da busca do conhecimento
supremo do que seja a Essência da Vida, nunca antes considerada como
passível de escrutínio por terrenos.
Aceitando-se
a Teoria da Evolução das Espécies..., não se
sabe de onde viemos,... não se sabe exatamente onde estamos e...,
não se sabe para onde vamos. A resposta da ciência a essas
intrigantes e fundamentais questões pode ter começado à
partir da viagem do Navio de Pesquisas Challenger, em 1872, ao medir a
temperatura do oceano profundo e também pela utilização
da Garrafa de Nansen, a partir de 1910, ao possibilitar sua amostragem
biológica, química e geológica.
Fig 1- Garrafa de Nansen, presa em cabo de aço com que é
decida à profundidade de 4000 metros, portando três termômetros
de reversão, através dos quais são medidas a temperatura
"in situ" , a profundidade em que a Garrafa é revertida e, simultaneamente,
aprisionar uma quantidade de água para análise química,
geológica e biológica em laboratório de bordo.