III Simpósio Brasileiro de Oceanografia e I Encontro Nacional de Oceanografia Química

 

RESULTADOS PRELIMINARES DAS VARIAÇÕES TEMPORAIS DAS COORDENADAS DA ESTAÇÃO GPS DE CANANÉIA

ABREU, M. A.
Aluno de Mestrado - Escola Politécnica da USP -
mario.abreu@poli.usp.br
FONSECA Jr, E. S.
Professor Doutor - Escola Politécnica da USP -
edvaldoj@usp.br
FRANÇA, C. A. S.
Doutor - Instituto Oceanográfico da USP -
cafranca@usp.br
MESQUITA, A. R.
Professor Titular - Instituto Oceanográfico da USP -
ardmesqu@usp.br

 

AGRADECIMENTOS

 

A CAPES pela concessão de bolsa ao primeiro autor pelo período de 1 ano para o desenvolvimento desta pesquisa.

À FAPESP (Proc. 03/0458-8) por fornecer recursos ao último autor para o financiamento deste projeto.

 

 

 

OBJETIVOS

O objetivo deste trabalho é apresentar os resultados obtidos no processamento de dados GPS oriundos da estação NEIA (figs. 1 e 2), situada na base "Dr. João Paiva do Carvalho" do Instituto Oceanográfico da USP em Cananéia/SP, e analisar as variações sofridas por suas coordenadas ao longo do tempo, criando um histórico da estação. Vale aqui ressaltar que a estação é integrante da Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo do Sistema GPS (RBMC) do IBGE.

 

 

 

 

DADOS UTILIZADOS

Foram utilizados no processamento os dados coletados pela estação NEIA de janeiro de 2002 a abril de 2006. Os dados que originalmente continham 24 horas de observação foram divididos em duas sessões diárias de 12 horas de observação cada, sendo um arquivo de 0h UTC às 12:00hs UTC, e outro de 12:00hs UTC às 23:59hs UTC. Todos os dados utilizados estão no formato RINEX (Receiver Independent Exchange Format) e possuem taxa de coleta de 15 segundos.

 

RESULTADOS

Após o processamento, foi feita a diferença entre as coordenadas calculadas e as coordenadas fiduciais da estação NEIA, calculando-se a variação em latitude, longitude e altura geométrica da mesma. Através desta análise pode-se avaliar o deslocamento que a estação NEIA vem sofrendo ao longo do tempo em suas coordenadas devido à movimentação da Placa Sul-americana. Isso pode ser observado pelos resultados obtidos em latitude (fig. 3) e longitude (fig. 4), que apresentaram, respectivamente, um deslocamento por volta de 1,25 cm / ano na direção Norte (N) e um deslocamento de 0,30 cm/ano na direção Oeste (O), sendo que o vetor resultante do deslocamento planimétrico da estação foi de 1,3 cm/ano na direção Noroeste (NO). Para a altura geométrica (fig. 5), o primeiro período apresentou média de 0,77 cm e desvio padrão de 0,90 cm e o segundo apresentou média e desvio padrão respectivamente de 0,87 cm e 0,98 cm. Foi possível detectar movimentação contrária entre os dois períodos analisados (fig. 5), podendo ter sido ocasionada por carga oceânica e / ou maré terrestre. Pode-se notar pela linha de tendência (em laranja, na fig. 5), que apesar dela estar deslocada da origem em aproximadamente 0,8 cm, não é possível afirmar pela série analisada se a estação vem sofrendo um acréscimo ou decréscimo em sua altura.

 

 

Figura 3: Gráfico das diferenças diárias em latitude

 

 

Figura 4: Gráfico das diferenças diárias em longitude

 

 

Figura 5: Gráfico das diferenças diárias em altura geométrica

 

 

CONCLUSÃO

Uma série mais longa demonstraria se a estação está sofrendo um acréscimo ou decréscimo em sua altura. Para afirmar-se com certeza os as causas dos movimentos detectados na fig 5, uma solução seria reduzir o tempo de processamento de 12hs para 3hs, pois ao invés de duas, seriam produzidas oito sessões diárias de processamento e, possivelmente, os movimentos apareceriam mais claramente. Outra solução seria utilizar os dados gerados pelo marégrafo, situado próximo ao receptor, e cruzar as informações de ambos.