Frederico Corner Montenegro Bentes e
Maria Helena Severo de Souza
INTRODUÇÃO
O Programa Brasileiro de Monitoramento do Nível do Mar foi criado
com o propósito de proporcionar as condições necessárias
para o estabelecimento de uma Rede Maregráfica Brasileira (RMB)
que atendesse aos padrões aceitos internacionalmente de distribuição
espacial, operacional e de análise dos dados de marés. O
Programa pretende atender aos vários usuários da informação
do nível do mar, em aplicações práticas e pesquisas
científicas, como:
navegação marítima e fluvial;
geodésia, cartografia e gravimetria;
projetos e obras na zona costeira;
gerenciamento costeiro;
hidrometria e gerenciamento de recursos hídricos;
aquacultura e pesca;
demarcação de terrenos de marinha;
estudos científicos em geral;
compromissos internacionais.
O Grupo formado para planejar o Programa (GT-NM) estabeleceu como meta
inicial um Projeto-Piloto de observações simultâneas
de maré no estado do Rio de Janeiro baseado em uma rede de estações
maregráficas conectadas à Rede Brasileira de Nivelamento
do IBGE.
A partir da experiência da execução do Projeto-Piloto,
das discussões durante o 10 Seminário sobre ondas e Marés
(IEAPM, jul/95) e do XVII Congresso Brasileiro de Cartografia (Salvador,
ago/95) foi apresentada a proposta de organização nacional
do Programa Brasileiro de Monitoramento do Nível do Mar baseada
na adesão voluntária das instituições universitárias,
portos e terminais localizados ao longo da costa reunidos para a montagem
de redes maregráficas, formando projetos estaduais ou regionais
de monitoramento, que, juntadas, formarão a Rede Maregráfica
Brasileira do Programa. A Secretaria do Programa vem mantendo correspondência
com os possíveis participantes do Programa Nacional.
O PROGRAMA BRASILEIRO
A oportunidade de realização da 15a Reunião do
GT do Programa Brasileiro para o Monitoramento do Nível do Mar no
contexto do 2o Seminário sobre Ondas e Marés e 1o Simpósio
sobre Engenharia Oceânica permitiu uma discussão mais
ampla dos propósitos do Programa.
A ocasião também permitiu identificar instituições
que podem ser contactadas através da remessa da Proposta para o
Programa, do Mapa de Observações Simultâneas em Estações
Maregráficas e da minuta do Manual do Programa.
Sob estes aspectos, e considerando as respostas de pesquisas anteriores,
se forem obtidas as adesões esperadas o Programa poderá,
a curto prazo, estar estendido do Rio Grande do Sul a Sergipe, no quadrilátero
Pernambuco-Fernando de Noronha-Rio Grande do Norte (Termisa) e Ceará
e, no Maranhão.
Possível constituição do Programa:
Maranhão-Ponta da Madeira (CVRD)
Ceará-Fortaleza (INPE)
Rio Grande do Norte-Termisa (INPE)
Fernando de Noronha (INPE)
Pernambuco-Tamandaré (INPE)
Sergipe-Aracajú (CVRD)/(CCM-UFAL)
Bahia-Itaparica (DHN) e estações do (CEC-UFBA)
Espírito-Santo-Portocel(Aracruz )
Tubarão(CVRD)
Vitória(CODESA)/(D.Geoc. UFES)
Rio de Janeiro - Campos (DNAEE)
Macaé (IBGE-PETROBRAS)
Forno (IEAPM)
Ponta da Armação (DHN)
Ilha Fiscal (DHN)
Ilha Guaíba (MBR)
Piraquara de Dentro (FURNAS)
São Paulo - Ubatuba (IOUSP)
Santos (Alamoa) (CODESP)/IOUSP
Santos(Torre Grande) (CODESP)/IOUSP
Santos (I. Barnabé) (CODESP)/IOUSP
Santos (I. Palmas) (CODESP)/IOUSP
Cananéia (IOUSP)
Paraná - Paranaguá (APPA-CEM/UFPR)
Antonina (APPA-CEM/UFPR)
Ilha do Mel (APPA-CEM/UFPR)
Ponta do Poço (TENENGE)/CEM/UFPR
Ilha das Cobras (CEM/UFPR)
Santa Catarina - Penha (UNIVALI)
S. Francisco do Sul (UFSC)
Imbituba (UFPR/IBGE)
Rio Grande do Sul (FURG)
PROGRAMA GLOSS
A publicação n0 35 da Série Técnica da Comissão
Oceanográfica Intergovernamental (COI) “Global Sea Level Observing
System (GLOSS) - Implementation Plan” relaciona as seguintes estações
na costa do Brasil: 194 - Cananéia; 198 - Fernando de Noronha; 196
- Itaparica; 200 - Porto de Itaqui; 197 - Porto de Natal; 193 - Porto de
Rio Grande; 201 - Porto de Santana; 195 - Rio de Janeiro; 199 - Penedos
de São Pedro e São Paulo; 265 - Ilha da Trindade. Sabe-se
que posteriormente modificações foram feitas a esta lista,
como a exclusão do Porto de Santana e a substituição
do Porto de Itaquí por Ponta da Madeira.
Parece conveniente que os operadores dessas estações
repassem à Coordenação/Secretaria do Programa maiores
informações sobre esta rede cujas características
e propósitos se somam à Rede Maregráfica Brasileira
objeto do Programa.
CONSIDERAÇÕES
O planejamento do Programa prevê a inexistência de organizações
líderes e necessidades de financiamento em nível nacional,
cabendo às instituições que aderirem ao Programa a
solução desses problemas em âmbito estadual e/ou regional.
Após montada a Rede Maregráfica Brasileira será
criado um Grupo de Coordenação Nacional para resolver questões
de padronização de procedimentos e contribuir para o cumprimento
dos compromissos internacionais.